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Diferenças entre EUA e Brasil sobre o Irã são só ‘táticas’, diz cônsul




Diferenças entre EUA e Brasil sobre o Irã são só ‘táticas’, diz cônsul
Thomas White afirma que, em alguns casos, é preciso ir além do diálogo.
Acordo militar entre EUA e Brasil só indica 'intenções', disse diplomata.

O cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, Thomas White, afirmou nesta quinta-feira (15) que as diferenças diplomáticas entre Brasil e EUA sobre a questão nuclear iraniana são apenas a respeito da tática a ser utilizada. Enquanto os americanos defendem sanções comerciais contra os persas e busca apoio da Europa, Rússia e China, o Brasil, ao lado da Turquia, ainda prefere adotar uma postura do diálogo.

Em mesa redondacom jornalistas no Consulado norte-americano da capital paulista, ele também abordou pontos como o acordo militar entre Brasil e EUA assinado no início dessa semana, compra de equipamentos militares e a visão da administração Obama a respeito do mundo.

O cônsul-geral dos EUA em São Paulo, Thomas White, durante   entrevista nesta qunta-feira (15).

O cônsul-geral dos EUA em São Paulo, Thomas White, durante entrevista nesta qunta-feira (15). (Foto: Divulgação)

Segundo White, as relações entre Brasil e EUA estão fortes demais para serem afetadas por um só tema. “Nossa relação bilateral é bem mais global e madura do que há alguns anos. Não podemos exagerar para o que está acontecendo entre Teerã e Brasília. Nossas diferenças são a respeito da tática (a ser utilizada), e não dos resultados”, afirmou.

Para o cônsul, o problema da solução via diálogo, defendida pelo governo brasileiro, é que o governo iraniano nunca levou tal alternativa a sério. “Todo mundo já tentou conversar com o regime iraniano sobre a questão nuclear. Assim como a secretária (de Estado Hillary) Clinton disse, nós queremos o diálogo. O problema é que o Irã tem bloqueado essa possibilidade. De imediato, precisamos de mais alguma coisa para convencer o Irã a conversar seriamente. De vez em quando precisamos fazer mais do que falar. Temos um acordo que vamos negociar entre nós sobre as possibilidades de novas sanções. E o objetivo disso é abrir um caminho para resolver o problema.”

Acordo militar
White afirmou que o acordo militar entre brasileiros e americanos firmado nesta segunda-feira (12) é mais uma indicação de intenções do que a criação de uma estrutura de defesa bilateral. “O acordo deve ser visto no contexto de uma relação bilateral cada vez mais ampla e profunda. É o reconhecimento do papel cada vez mais importante do Brasil no cenário internacional. Trata-se também de um intercâmbio de ideias e experiências, pois trabalhamos junto com o governo brasileiro em várias partes do mundo, o exemplo mais evidente é no Haiti”. Para White, a experiência das tropas brasileiras no país caribenho no comando da Minustah desde 2004 “podem ser muito útil aos EUA”. Nós temos experiência em operações de manutenção da paz em outras partes do mundo”, afirmou White.

O cônsul afirmou que foram tomados cuidados para não repetir a mesma repercussão negativa quando seu país assinou um acordo militar com a Colômbia em agosto 2009. Aquele tratado permitia, entre outros pontos, o uso de bases militares colombianas pelo Exército dos EUA. “Temos capacidade de aprender. E os dois países consultaram os vizinhos da região antes do anúncio do acordo, o que não foi feito muito bem no caso da Colômbia”, admitiu. Segundo White, nunca foi pensada a instalação de uma base norte-americana no país. “É uma situação totalmente diferente. Colaboramos com a Colômbia que tem um problema específico com as Farc, e foi um pedido do governo deles”.

Negócios
O tratado de defesa entre os dois países prevê o intercâmbio militar – como cursos, visitas navais e exercícios conjuntos – e a cooperação na aquisição de produtos e serviços de defesa. Entretanto não terá, segundo o próprio cônsul, influência na escolha do Brasil sobre a compra de 36 caças. A norte-americana Boeing, através do jato Super Hornet, participa da concorrência, contra a sueca Saab, com o Grippen NG, e a francesa Dassault, com o modelo Rafale, considerada favorita após indicações do governo brasileiro.

“Temos conversas com o Brasil sobre a possibilidade de comprar Super Tucanos, mas essa compra não faz parte do acordo nem tem relação com a compra dos caças. Mas a ideia é que com esse acordo vamos conversar cada vez mais sobre aquisições militares”, disse o diplomata.

White afirma que os dois países partilham dos mesmos problemas em algumas áreas. “O combate ao narcotráfico, a imigração ilegal e na área do terrorismo. (...) Nossas guarda costeira tem boa tecnologia e experiência operacional que poderíamos oferecer ao Brasil. O país sempre focou seu interesse em áreas como proteção do território e de seus recursos naturais”, acrescentou.

Conselho de Segurança
Oficialmente, os EUA afirmaram não tem objeções em relação à uma maior participação do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. “Evidente que o Brasil tem uma importância crescente no mundo e maior engajamento nas questões globais. Há 15 anos sua importância era regional, agora é global. Mostrando responsabilidade nessas questões globais, vai ser muito importante a iniciativa do Brasil de ter sempre um lugar mais evidente nas instituições multinacionais, incluindo as Nações Unidas. Mas os EUA estão conversando com os demais parceiros sobre a possibilidade de reforma da instituição, incluindo uma ampliação de membros permanentes no Conselho de Segurança ou um CS maior”.

Honduras
Ao ser questionado se a polêmica envolvendo Honduras estava solucionada para os Estados Unidos, White concordou. “A população de Honduras participou de uma eleição aberta e livre e já declarou suas intenções. Ninguém gostava da situação do período pré-eleitoral. Agora, a opinião da população hondurenha foi ouvida”.

Os EUA e o mundo
White preferiu não fazer comparações entre os estilos das administrações de Barack Obama e seu antecessor, George W. Bush. Para ele, não é a maneira como os EUA encaram o mundo que mudou. “A diferença é que o mundo está mudando. O mundo está mais multilateral, temos mais questões de nível global para enfrentar. Há dez, 15 anos, ninguém falava do clima no âmbito da diplomacia internacional. Agora é uma questão muito importante. O terrorismo também é uma questão central”

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