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Chávez ameaça suspender exportação de petróleo aos Estados Unidos

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Fornecimento seria cancelado caso Colômbia entrasse em conflito armado com a Venezuela


CARACAS- O presidente Hugo Chávez ameaçou neste domingo, 25, suspender as exportações de petróleo aos Estados Unidos se a Colômbia chegar a atacar militarmente a Venezuela, em meio a mais recente crise vivida pelos dois países vizinhos.



Chávez rompeu relações diplomáticas com a Colômbia


"Se houver uma agressão armada contra a Venezuela (...) apoiada pelo império ianque, nós suspenderíamos o envio de petróleo aos Estados Unidos da América do Norte", afirmou Chávez em um discurso a milhares de simpatizantes. "Não enviaríamos nem mais uma gota". Os EUA, aliado de Bogotá, é o maior comprador do petróleo venezuelano.

Chávez rompeu relações com a Colômbia na semana passada, depois que o governo do presidente

Álvaro Uribe apresentou fotos, vídeos e mapas à Organização dos Estados Americanos (OEA) do que seriam acampamentos de guerrilheiros colombianos em território venezuelano. Segundo o embaixador da Colômbia na OEA, Luis Hoyos, existem 87 acampamentos e 1.500 soldados das Farc na Venezuela.

Chávez afirmou que as denúncias são um espetáculo de mentiras orquestrado para derrubar seu governo, e também acusou Uribe de estar preparando o terreno para um conflito armado.

"Ante tantas provocações e tantas agressões por parte de quem é administrador dos interesses americanos na Colômbia, não nos restou outra alternativa, por dignidade, do que romper totalmente as relações diplomáticas com seu governo", disse o governante em sua coluna "As linhas de Chávez".

"Foi um anúncio que fiz com uma lágrima me cruzando o coração", acrescentou. "Confio que a Colômbia bolivariana, a Colômbia que pensa e ama, a Colômbia profunda que encarna seu povo fará sentir a força de sua voz contra os que querem convertê-la na plataforma de uma intervenção americana na Venezuela".

O governo colombiano nega estar buscando um confronto e afirma que divulgou as informações sobre os guerrilheiros colombianos porque a Venezuela não tomou medidas a respeito.

Chávez também anunciou que cancelará uma viagem a Cuba por causa da tensa situação vivida com a Colômbia. "A possibilidade de uma agressão armada contra território

venezuelano por parte da Colômbia no momento tem uma probabilidade como nunca em 100 anos", disse. Segundo Chávez, tudo indica que o governo dos Estados Unidos é o grande culpado, "o planejador, o instigador".

O presidente venezuelano tinha previsto viajar hoje a Cuba para participar, amanhã, no aniversário do ataque ao quartel Moncada e para assistir à assinatura de documentos de cooperação entre os dois países.

Chávez disse que tomou a decisão de suspender a viagem durante a madrugada, após avaliar "um conjunto de informações, de intenções recolhidas por distintas vias, abertas, encobertas, nacionais e internacionais".

O presidente acredita que o mais provável é que o ataque comece no estado Zulia, no extremo noroeste do país, onde há um governador de oposição que poderia dar apoio à Colômbia.

Chávez explicou que o ataque seria justificado com "desculpas" como as inventadas para invadir o Iraque, "a das armas de destruição em massa que nunca existiram".

"Os ianques são capazes de inventar qualquer coisa. Acabam de enviar uma frota à Costa Rica, que é uma ameaça e é parte do plano contra a Venezuela", afirmou Chávez.

O governante explicou que a missão dessa frota seria "conter" uma possível reação da Nicarágua e de Cuba caso houvesse um ataque à Venezuela

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