Conservadores conseguiram a marca de 39 cadeiras conquistadas, número que superou o assento dos democratas
WASHINGTON - Os republicanos retomaram na terça-feira, 2, o controle da Câmara de Representantes dos Estados Unidos após quatro anos de liderança democrata e conquistaram terreno no Senado, onde, faltando os dados definitivos, é improvável sua vitória.
Os conservadores superaram a marca de 39 cadeiras conquistadas, número necessário para o triunfo na Câmara, que estava nas mãos dos democratas desde as eleições legislativas de 2006 e que teve nesta terça-feira a renovação de suas 435 cadeiras.
Tanto a rede de televisão CNN como a NBC projetam que a direita ganhará mais de 50 cadeiras. Entre as cadeiras que mudaram de mãos está a do legislador da Virginia Tom Perriello, que não se reelegeu mesmo com o forte apoio do presidente Barack Obama.
Perriello, que tinha respaldado o pacote de estímulo econômico e a polêmica reforma da saúde promovida pela gestão de Obama, perdeu sua vaga para o republicano Robert Hurt.
Entre os que conseguiram manter suas cadeiras está Barney Frank, democrata de Massachusetts co-autor da controversa lei de reforma financeira e um dos legisladores com perfil mais progressista.
A perda do controle dos democratas na Câmara de Representantes implicará a saída da atual presidente Nancy Pelosi, primeira mulher a ocupar o cargo e que poderia ser substituída pelo atual líder dos republicanos na Câmara, John Boehner, de Ohio.
Os republicanos prometeram que, sob a liderança de Boehner, reverterão a reforma da saúde aprovada por Obama e iniciarão cortes de impostos que, segundo eles, ajudarão a reduzir o déficit e impulsionar o crescimento.
No Senado, que renova nesta terça-feira 37 de suas 100 cadeiras, os republicanos arrebataram por enquanto os assentos dos democratas em Indiana, Dakota do Norte, Arkansas e Wisconsin.
Os conservadores precisam de dez cadeiras para ficar com o controle do Senado, mas a maior parte das projeções indica que não alcançarão o número de 51, mínimo para a maioria.
O triunfo do agora governador da Virginia Ocidental, o democrata Joe Manchin, que se impôs na disputa por uma cadeira ao vencer o republicano John Rease, torna praticamente inalcançável o sonho dos republicanos de dominar o Congresso.
Se os resultados forem confirmados, será a primeira vez em 80 anos que a Câmara de Representantes não muda de mãos ao mesmo tempo que o Senado.
A noite eleitoral confirmou também a ascensão do movimento ultraconservador Tea Party, que conquistou sua primeira grande vitória da noite com o triunfo de Rand Paul para o Senado por Kentucky. "Chegamos para recuperar nosso governo", afirmou Paul.
A segunda vitória do movimento foi com o republicano Marco Rubio, que superou o independente Charlie Crist na disputa por uma cadeira no Senado pela Flórida.
O Tea Party deu seu apoio específico a 129 candidatos para a Câmara de Representantes e a nove para o Senado e teve como base de sua ascensão a insatisfação dos americanos mais conservadores com a economia e o aumento dos gastos públicos.
As pesquisas de boca de urna realizadas na noite desta terça-feira mostraram um eleitorado descontente principalmente com o desempenho da economia, o assunto que mais preocupa os americanos.
As pesquisas indicam também que os democratas perderam terreno entre as mulheres, os trabalhadores de renda média, as pessoas de raça branca, os eleitores de maior idade e os independentes.
Também estavam em jogo nestas eleições 37 governadores, em terreno que registrou o avanço do Partio Republicano, que tirou dos democratas o controle de estados como Michigan, Novo México, Oklahoma, Kansas e Pensilvânia
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