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Putin alerta o Ocidente sobre exclusão da Rússia em sistema antimísseis

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Moscou 'mobilizará armas nucleares e forças de ataque' caso propostas russas não sejam aceitas


MOSCOU - O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse ao canal CNN que a Rússia vai mobilizar armas nucleares e "forças de ataque" caso seja excluída do novo escudo antimísseis do Ocidente.

Na entrevista gravada na terça-feira, no programa do apresentador Larry King, Putin disse que as ameaças contra a Europa precisam ser enfrentadas conjuntamente - uma referência ao recente acordo entre a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântido Norte (Otan) de cooperação na defesa antimísseis.

Mas, se as propostas russas forem rejeitadas e as instalações ocidentais de defesa criarem "ameaças adicionais" perto das fronteiras do país, "a Rússia terá de assegurar a própria segurança" disse Putin, segundo a tradução para o inglês de um trecho da entrevista divulgado pela CNN em seu site.

O premiê russo falou na mobilização de "novas forças de ataque" e de "novas tecnologias nucleares e de mísseis". Putin - político mais influente da Rússia - afirmou que não estava fazendo uma ameaça ao Ocidente, mas suas declarações reforçam a insistência do Kremlin em ter um papel significativo na defesa antimísseis.

Em seu pronunciamento anual à nação, na terça-feira, o presidente Dmitry Medvedev alertou que uma nova corrida armamentista pode acontecer dentro de uma década se as promessas de cooperação dos EUA e da Otan na questão dos mísseis não resultarem em acordos concretos.

"Essa não é uma escolha nossa, não queremos que aconteça. Isso não é uma ameaça da nossa parte", disse Putin. "Estamos simplesmente dizendo que isso é o que todos nós prevemos que acontecerá se não concordarmos com um esforço conjunto aqui."

Há anos os planos dos EUA de instalar um escudo antimísseis na Europa preocupam Moscou. Agora, a Rússia e o Ocidente apresentam a cooperação na defesa antimísseis como sendo um ingrediente crucial na aproximação dos ex-inimigos da Guerra Fria.

Buscando tal reaproximação, o governo de Barack Obama abandonou no ano passado um projeto deixado por seu antecessor, George W. Bush, para instalar um radar e interceptadores de mísseis no Leste Europeu. O novo plano - bem recebido pela Rússia - prevê interceptadores de curto alcance. Mesmo assim, Putin disse que a Rússia se sentirá ameaçada se os EUA agirem sem a participação russa.

Os alertas do Kremlin ocorrem num momento de incerteza a respeito da ratificação no Senado dos EUA da nova versão do tratado Start, firmado por Medvedev e Obama em abril, e que prevê a redução dos arsenais nucleares dos dois países

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